Meta está enfrentando uma crescente pressão dos reguladores australianos após a revelação de que a empresa tem utilizado posts públicos do Facebook e Instagram para treinar seus modelos de inteligência artificial (IA) sem obter o consentimento explícito dos usuários.
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Durante uma recente audiência em um comitê parlamentar, Melinda Claybaugh, diretora de políticas de privacidade da Meta, revelou que a empresa coleta dados de posts públicos de usuários maiores de 18 anos, mesmo que esses usuários não tenham concordado explicitamente com tal uso.
Segundo Claybaugh, os usuários podem evitar a coleta de dados futuros ao definir suas postagens como privadas. No entanto, essa configuração não desfaz o uso de conteúdo já coletado, o que tem gerado preocupação entre os oficiais australianos. Eles alegam que milhões de cidadãos não deram consentimento para que suas fotos, vídeos e outras postagens fossem utilizadas no treinamento de modelos de IA.
Críticas e Exigências de Mudanças
O senador Tony Sheldon, que preside o comitê que supervisiona a adoção de IA, criticou a Meta por desrespeitar os direitos dos usuários, destacando que muitas pessoas sentem que suas informações foram violadas por empresas de tecnologia que ignoram leis e regulamentos.
O senador David Shoebridge também manifestou preocupação e exigiu que os australianos tenham a opção de cancelar o uso de seus dados para o treinamento de IA. Shoebridge destacou que, na Europa, os regulamentos de proteção de dados são mais robustos, o que impede que a Meta utilize os dados dos usuários europeus sem consentimento.
Desde 2007, a Meta tem coletado todo o conteúdo público das redes sociais, a menos que os usuários configurem manualmente seus posts como privados. A falta de uma opção clara e acessível para os usuários optarem por não participar desse processo foi severamente criticada.
Preocupações Globais com a Privacidade
O problema não está restrito à Austrália. Na Índia, o Software Freedom Law Centre também expressou preocupações sobre as práticas de processamento de dados da Meta. O grupo, baseado em Delhi, pediu salvaguardas mais rigorosas para proteger os dados pessoais dos usuários contra o uso indevido em processos automatizados.
A carta enviada ao Ministério da Informação e Tecnologia da Índia enfatizou a necessidade de processos mais simples e claros para que os usuários controlem como seus dados são utilizados.
Próximos Passos
À medida que a pressão sobre a Meta aumenta, tanto na Austrália quanto em outros países, a empresa poderá ser forçada a revisar suas práticas de coleta de dados. As demandas por mais transparência e por uma opção clara de exclusão do uso de dados mostram uma crescente demanda por uma proteção mais rigorosa na era digital.
Essa situação destaca um problema mais amplo de como as empresas de tecnologia gerenciam os dados dos usuários e a necessidade de uma regulamentação que acompanhe o ritmo do avanço tecnológico.
